Hoje vou falar sobre algo muito importante no mundo corporativo: parcerias empresariais.

Em minha carreira profissional, por diversas vezes como gestor de Marketing cheguei a cuidar de áreas delicadas como o SAC, parcerias comerciais e também CRM das empresas, o que me deu uma grande bagagem para lidar com algo que hoje, mais do que nunca por causa da pandemia do CIVID-19, se faz preciso no mundo corporativo: fazer as empresas trabalharem em equipe.

Isso mesmo! Empresas que atuam em um mesmo segmento, sejam concorrentes ou que se complementam num mesmo cliente, precisam aprender a atuar em conjunto visando um bem comum, que é a recuperação do próprio segmento de mercado em que atuam.

Um dos grandes exemplos disso é o segmento da fotografia digital no começo dos anos 2000, quando o Varejo começou a vender as câmeras digitais de 1.2 M e até incríveis 2.3 mega píxels!!!! Uma grande revolução tecnológica na época.

Porém havia um “porém”… o valor das câmeras digitais era alto e apenas algumas poucas redes de lojas vendiam as máquinas digitais parcelado, praticamente matando a venda delas no pequeno varejo, que não tinham condições de fazer parcelado em 10 ou 12x, devido ao baixo volume de vendas individual que tinham na época.

O próprio futuro da fotografia digital estava em xeque, porque ainda se usava muito o filme 35mm e, caso o brasileiro em geral que não tinha o hábito de fotografar por causa do custo da revelação e impressão das fotos não mudasse de hábito, poderia matar a ideia das fotos digitais em seu começo, criando uma imagem negativa do produto por causa do alto valor de aquisição e ainda havia a impressão das fotos digitais (algo ainda ligado ao mercado fotográfico por causa da revelação dos filmes 35mm), assim como ocorreu com o Blue Ray em comparação com o DVD normal, que devido ao alto custo do reprodutor e filmes “matou” o Blue Ray no Brasil mesmo tendo uma qualidade de vídeo melhor.

Eis que da união do segmento do mercado fotográfico, capitaneada pela ABIMFI – Associação das Indústrias do Mercado de Fotografia e Insumos, e com o apoio da VISA cartões de crédito, surgiu uma campanha cooperada para proporcionar acesso do mercado consumidor às câmeras digitais com valores acessíveis e parcelamento para o pequeno varejo.

Na época eu era Diretor de Criação na agência Fioravanti Comunicação, e criei um conceito de campanha que uniu uma gíria famosa na época com o desejo de parcelamento que o mercado consumidor desejava: “Fotografar Agora é Dez”.

Com esse conceito foram criadas várias peças de propaganda, inclusive com apoio também dos fabricantes de máquinas, o que gerou uma grande divulgação principalmente nos pontos de vendas.

Redes pequenas do varejo fotográfico e lojas especializadas receberam o mesmo material de propaganda, assim como foram feitas inserções de anúncios em revistas de grande penetração como a VEJA SP, com verbas cooperadas entre todos que participaram dessa ação.

Qual o resultado dessa campanha? O mercado fotográfico evoluiu como um todo, de um consumidor resistente ao ato de fotografar devido às dificuldades técnicas e custos altos para o padrão brasileiro, para um consumidor que começou a fotografar com bem mais intensidade, elevando o ticket médio das vendas, através da revelação de fotos e venda de acessórios além da aquisição do próprio equipamento digital em si.

Hoje, quando você tirar uma foto no seu celular, lembre-se de que lá no passado foi preciso a união de vários fabricantes e pequenas lojas concorrentes, para se quebrar o tabu do ato de fotografar no Brasil.

E agora? Quais segmentos perderam mercado com a COVID-19 e estão fazendo algum trabalho em conjunto para recuperar vendas e share? A miopia empresarial pode fazer com que as empresas olhem só para seu umbigo, esquecendo que se todos não trabalharem em conjunto, todo o corpo pode sucumbir. Momento de reflexão e principalmente de ação conjunta.

Fica a lição dos Três mosqueteiros para ter sucesso neste momento no mundo dos negócios: “Um por todos, todos por um”!

Boas vendas!

Autor:

Sérgio de Souza Carvalho Jr. profissional com mais de 30 anos de experiência, sempre atualizado com as novas tecnologias e dados de mercado, desenvolvendo planejamento estratégico de marketing e gestão operacional para empresas, utilizando softwares de geomarketing como o PeopleScope do Ibope DTM e também técnicas de Big Data.